Desculpemos



        Desculpemos, infinitamente.
        Tudo na vida se reveste de importância fundamental no aprimoramento comum.
        Dura é a pedra e áspera se nos afigura a longa extensão de areia, entretanto, fazem o leito das águas para que o rio não se perca.
        Obscura é a noite, mas, sem ela, as criaturas encarnadas desconheceriam as estrelas.
        Desditosa e feia é a lagarta, contudo é a tecelã dos fios de seda nobre que honra os ideais da beleza terrestre.
        Asfixiante é a dor, mas, sem o sofrimento, jamais seríamos advertidos pela verdade.
        Sempre que a mágoa ou a ofensa nos bater à porta, desculpemo-las quantas vezes se fizerem necessárias.
        É pelo esquecimento de nossos erros que o Senhor se impõe sobre nós, porque só a bondade torna a vida realmente grande e em condições de ser divinamente vitoriosa, sentida com sinceridade e vivida em gloriosa plenitude.
 
 

Meimei

extraído do livro "Cartas do Coração" - Francisco C. Xavier 
Fundação do Aliança Divino Pastor - RJ - 1952


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