As fotos que serão exibidas à seguir foram extraídas
da 1ª edição do livro "O Trabalho dos Mortos", de Nogueira
Faria - publicado pela editora da Federação Espírita
Brasileira - Ano: 1921 (vide contracapa à esquerda). Os textos foram
extraídos da 5ª edição de mesma editora (vide
figura de capa abaixo).
Devemos considerar que as fotos digitalizadas são cópias
fieis à 1ª edição do livro publicado em 1921.
Conforme descrito no próprio livro, as fotos foram obtidas
no início do século XX - época em que possíveis
montagens e/ou fraudes utilizando a fotografia era muito pouco provável.
Os textos grifados em cor azul
não fazem parte do livro. São comentários inseridos
pelo Grupo de Fraternidade Espírita Irmã Clotildes. Justamente
com o desejo de divulgar essas fotos para pesquisas e estudos sobre materialização
de Espíritos e objetos, colocamo-las disponíveis na
intenet, com alguns trechos extraídos da própria obra acima
citada. Sugerimos fortemente a leitura completa do "O Trabalho dos Mortos".
Encontra-se disponível na livraria da Federação Espírita
Brasileira - http://www.febrasil.org.br). |
O Ceticismo é a moléstia
moral do século.
F. MYERS
|
Mas se o ceticismo véla
entre nós, a necessidade de crer atrae-nos.
FLAMMARION
|
A ciência moderna analisou o mundo exterior; suas penetrações
no universo objetivo são profundas: isso será sua honra e
sua glória; mas nada sabe ainda do universo invisível e do
mundo interior. É esse império ilimitado que lhe resta conquistar.
A humanidade cansada de dogmas e das especulações sem provas,
mergulhou-se no materialismo ou na indiferença. Não há
salvação para o pensamento senão em uma doutrina baseada
sobre a experiência e o testemunho dos fatos.
LÉON DENIS
|
A grande maioria das fotos
publicadas em "O Trabalho dos Mortos" foram obtidas pelo Maestro Ettore
Bosio (Gravura 2) em casa da família Prado (Gravura 1). Justamente
com o intuito de proporcionar total credibilidade e confiabilidade ao fenômeno,
nas sessões faziam-se presentes numerosa assistência
(Gravura 7). O texto a seguir foi extraído da pág. 25.
(...) Compositor
exímio, seu temperamento e sua timidez o afastaram das glórias
autorais, que lhe estavam reservadas, a julgar pelo início de sua
carreira de artista, pelo êxito de seus trabalhos de moço.
Uma das suas mais apreciadas óperas, quando ainda jovem, "O Duque
de Vizeu", libreto de Pacheco Neto, conquistou aplauso dos mestres, a simpatia
dos críticos, a consagração das platéias.
Falem por
nós testemunhos insuspeitos:
Em 22 de Junho
de 1895, Carlos Gomes, o imortal maestro nacional, escrevia ao empresário
F. Brito, do Rio, recomendando-lhe "O Duque de Vizeu"(...)
Gravura 1
Da esquerda para direita: 1) Srta. Antonina
Prado (médium psicográfica); 2) Eurípedes Prado; 3)
Sra. Prado (a médium); 4) Stra. Alice Prado; 5) Erastóstenes
Prado. |
Gravura 2
MAESTRO ETTORE BOSIO
|
O texto a seguir foi extraído
da pág. 36.
(...) "O
João"- Chamou-se em sua última encarnação
Felismino de Carvalho Rebelo, desencarnado há uns vinte anos. Era
tio da médium e possuía o caráter jovial, de quando
em quando trai em suas manifestações. É aliás
um princípio comprovado na Doutrina Espírita: a morte, simples
retorno à vida normal, que é a do Espírito, não
melhora, só por só,o desenvolvimento intelectual e moral
do morto. O que se dá, tão somente,é que, estando
livre da influência, do jugo da matéria, a alma percebe melhor,
e melhor compreende os diversos problemas da vida, da evolução
eterna e progressiva dos seres, no seio da Criação.(...)
O texto a seguir foi extraído
da pág. 38, comparando foto de quando o Espírito de "João"
era encarnado e desencarnado.
(...) Ao lado
direito coloco o seu retrato quando encarnado (Gravura
3), e junto, à esquerda, o mesmo em Espírito (Gravura
4). É notável a clareza e nitidez da fotografia, a
"pose" solene, o manto duplo, estendendo o braço esquerdo que mal
se vê segurando uma parte de sua vestimenta espiritual. Na parte
superior da cabeça observa-se um arco fluídico e atrás
uns panos também fluídicos, envolvendo-a. Apenas uma pequena
diferença entre os dois retratos: é que o espiritual tem
os bigodes um pouco mais visíveis. (...)
Gravura 4
A fotografia do seu Espírito
|
Gravura 3
Fotografia de João, quando
vivo
|
(...) "Anita"
- Pouco tempo depois das materializações de João,
uma noite, inesperadamente surgiu do gabinete mediúnico uma moça.
Quem seria? Deu o nome de Anita, dizendo ter sido florista em sua última
encarnação. Dedicou-se especialmente aos trabalhos de parafina,
confeccionando flores de admirável perfeição. Dentro
de pouco era familiar nossa e não raras vezes deixou cair entre
as nossas a sua mãozinha mimosa e branda (Gravura 5).
O texto a seguir foi extraído
da pág. 46.
(...) Um
marujo - Após o aparecimento de Anita, surgiu um Espírito
vestido à marujo e que, desde logo, conquistou a simpatia dos assistentes
pela sua jovialidade (Gravura 6) (...)
(...) o Espírito
que foi alcunhado por "marinheiro", quando apareceu plea primeira vez na
noite de 24 de Junho de 1920, em uma sessão realizada cm a presença
de mais de 70 pessoas, na residência do Sr. Eurípedes Prado,
esposo da médium (...)
Gravura 5
A fotografia do Espírito de
Anita
|
Gravura 6
A fotografia do Espírito do
Marujo
|
O texto a seguir foi extraído
da pág. 64.
(...) No dia
24 de Junho comemorando o anversário do início das experiências
de João, o Sr. Eurípedes Prado resolveu efetuar uma sessão.
Perante numerosa assistência, avaliada em 80 pessoas, verificaram-se
vários fenômenos com absoluta nitidez. (Gravura 7)
Gravura 7
Aspecto da assistência à
sessão comemorativa da primeira manifestação de João,
realizada na residência do Sr. Eurípedes Prado - Uma flor,
trabalhada em parafina, durante a sessão, pelo Espírito de
Anita. |
O texto a seguir se refere
à comunicação entre o Maestro Ettore Bosio com o autor
do livro, Sr. Nogueira de Faria. (extraído da pág. 79)
(...) De como se
fizeram as primeiras experiências de fotografia, dá-nos informações
o próprio maestro Ettore Bosio nas linhas seguintes:
“Prezado amigo Dr.
Nogueira de Faria.
Cumprimentos.
Em resposta à
sua carta solicitando-me informações sobre os trabalhos fotográficos
obtidos por mim em diversas manifestações espíritas
na casa do Sr. Euripedes Prado, tenho o prazer de remeter-lhe a seguinte
notícia:
Após
ter assistido por três vezes, na residência do Sr. Eurípedes
Prado, as sessões de fenômenos de materialização,
em Março de 1920, lembrei-lhe da possibilidade de fotografar os
Espíritos, quando materializados. A minha proposta foi de
súbito rejeitada, alegando o Sr. Prado que já tinha feito
com o Sr. Pedro Batista experiência idêntica, que dera resultado
completamente negativo. Ponderei que este fato não era motivo para
desistir do propósito, comprometendo-me a fazer prévios ensaios
em minha residência para estudar o assunto e fixar a dosagem de magnésio
precisa e parcamente necessária, a fim de evitar excesso de luz,
prejudicial à médium e à impressionabilidade justa
da chapa. Felizmente minha lembrança foi aceita.
No meu gabinete
de estudo fiz aquelas experiências, transformando-o em “atelier”
fotográfico. Depois de um mês, fixei exatamente a quantidade
do magnésio em 25 centigramas e, não satisfeito ainda com
essas experiências, quis fazer outros ensaios na própria sala
da materialização em casa do Sr. Prado, tanto que a cubagem
desta não era igual à do meu gabinete.
PRIMEIRA EXPERIÊNCIA
(Gravuras 8, 8-A e 8-B)
Um dia do mês
de Abril de 1920, às 16 horas, foquei a máquina em um ponto
determinado da varanda da residência do Sr. Prado, onde um de nós
devia posar, fazendo “o papel do Espírito”. Coloquei a estante para
o magnésio debaixo do balão, suspenso e seguro no teto, destinado
a receber a fumaça, evitando assim molestar os assistentes e empanar
o ambiente. Tudo pronto, perguntei ao Sr. Prado quem iria posar. “Minha
filha Antonina”- respondeu, solícito. Esta, por sua vez, recordou
ser mais conveniente a própria médium, para sentir a impressão
da luz do magnésio. Aceito este último alvitre, aliás
mais razoável, a Sra. Prado (a médium) colocou-se no lugar
indicado.
Foram tiradas
seguidamente três chapas, apenas com o tempo para a mudança
do chassis e da nova dose do explosivo.
Quando tirávamos
a terceira chapa, a Sra. Prado, cambaleando, espavorida e trêmula,
foi auxiliada por seu esposo, sentar-se em uma das cadeiras mais próximas.
Disse, então, ter sentido, pouco antes da explosão, pousar
suavemente, sobre seu ombro esquerdo, uma espécie de mão,
impressão esta que lhe era completamente desconhecida, sendo a primeira
vez que, em vigília, experimentava o contato de um ser invisível.
A dosagem
de pólvora para as três chapas foi a seguinte: 25, 20 e 15
centigramas, sendo que a última foi insuficiente, produzindo fraca
impressão, como se pode verificar pela fotografia junto (Gravura
8-B).
Gravura 8 e 8-A
|
Gravura 8-B
|
Grande surpresa
nossa e júbilo imenso! Todas as chapas continham manifestações
do fenômeno espírita, observando-se ao lado esquerdo da figura,
na terceira, uma pequena mão, minúscula mesmo, sobre
o peito, perto do ombro.
Encorajados
pelo primeiro sucesso, dois dias depois, à noite, fizemos outros
estudos, sendo estes coroados do melhor êxito. Daí em diante,
fizemos a prova oficial, conforme está descrita.
Escusado será
falar-lhe da nossa alegria, quase infantil, desses primeiros sucessos;
longe estávamos de pensar nos dissabores que em breve nos aguardavam”.
(...)
***
A seguir são narradas
as considerações do Sr. Nogueira de Faria (página
85)
(...) Reparando-se
as três primeiras fotografias: Gravura 8-A, B e C, nota-se que a
Sra. Prado apresenta, na primeira, uma espécie de luva na mão
direita; na segunda, uma espécie de bolsa de veludo preto, na mão
esquerda; e finalmente, na terceira, a mão, pequenina e aberta,
a que se refere o maestro Bosio.
Um quase-nada
que valeu tudo para os experimentadores que, aliás, nessa sessão
nada experavam obter.
Na segunda
série, vê-se que o fenômeno progride.
Primeiramente, a cadeira, que estava inteiramente
despida, aparece oculta a ponta esquerda do espelho coberto por um pano;
na segunda, há uma larga faixa de sobreposta ao vestido da médium
e caindo ao lado; na terceira, essa mesma faixa, mais nítida, porque
a médium está de pé; e finalmente, na quarta, surgindo
do pano preto, preso à parede, uma formosa cabeça de criança
ou de boneca, se o quiserem, e uma espécie de toalha branca envolvendo
parte da cadeira (Gravuras 9 e 9-A).
Gravura 9
|
Gravura 9-A
|
Certamente que nenhum
valor probatório têm essas experiências, feitas, como
foram, na mais absoluta intimidade. Serviram apenas para fortalecer
os experimentadores, que tinham convicção segura do fenômeno
indubitável passado só entre eles e pessoas da família.
SEGUNDA EXPERIÊNCIA
(Gravuras 9 e 9-A)
Apesar de obtidas
assim, sem controle porque em absoluta intimidade, não havia outro
motivo para ocultar a narração de tais fatos e em breve,
embora sem notícia na imprensa, eles foram de domínio público.
Então
alguém lembrou a “prova oficial” a que alude o Maestro Bosio. Consultado,
o Espírito garantiu a possibilidade da mesma, solicitando apenas
o máximo rigor de controle. Paracia que previa a celeuma que essa
fotografia iria levantar.
Ficou, então,
assentada a reunião para o dia 15 de Maio de 1920.
Para ter uma
idéia do rigor dessa sessão, basta ler o testemunho insuspeitíssimo
dos dois grandes diários matutinos de Belém, acompanhando
a publicação dos clichês.
Da “Folha do Norte”, de 20 de Maio de 1920:
“FENÔMENOS ESPÍRITAS
Um habitante do Além fotografado nesta Capital
A fotografia,
que reproduzimos a seguir, revela um interessantíssimo fenômeno
espírita, manifestado na noite de 17 do corrente, na residência
do Sr. Eurípedes Prado, guarda-livros da firma Albuquerque &
Cia., desta praça, e cavalheiro muito conceituado nesta Capital.
Como há
de sido noticiado pelos confrades do “Jornal da Tarde”, na residência
do Sr. Prado tem ocorrido vários desses fenômenos, a que têm
assistido pessoas de conceito em nosso meio social, entre as quais diversos
médicos, magistrados, jornalistas, advogados, etc.
Atraído
por essas manifestações, o maestro Ettore Bosio que é
um excelente fotógrafo amador, deliberou apanhar um clichê
do Espírito manifestado, tendo para isso realizado uma experiência.
Estudando
o processo que poderia garantir melhor êxito aos trabalhos do maestro
Bosio, este, para dar um caráter de absoluta autenticidade à
prova que ia realizar, convidou os Srs. Senador Virgílio de Mendonça,
Dr. Antônio Chermont, diretor do “Estado do Pará”, e João
Alfredo Mendonça, secretário da “Folha”, a controlarem com
suas assinaturas as chapas fotográficas que iam servir à
interessante experiência.
De fato, na
tarde de 17 do corrente, reunidos aqueles cavalheiros no “Centro Fotográfico”,
de propriedade do professor José Girard, à rua 13 de Maio,
onde foram adquiridas as chapas, aí autenticaram as mesmas com as
suas assinaturas, em presença dos fotógrafos José
Girard e Armando Mendonça.
Assinadas
as chapas e carregado o “chassis”, foi este lacrado e só entregue,
à noite, ao maestro Bosio, na residência do Sr. Eurípedes
Prado, onde, às 8 horas, além de outras pessoas, estavam
presentes o Srs. Senador Virgílio de Mendonça, o Dr. Nogueira
de Faria, 1º prefeito, deputado Apolinário Moreira, Dr. Feliciano
Mendonça, farmacêutico Pedro Batista, corretor Pedro Bastos
e esposa, João Alfredo de Mendonça, etc.
Feitos os
preparativos, o maestro Ettore Bosio, à luz do magnésio,
pois o trabalho necessitava ser em plena escuridão, apanhou uma
chapa, a qual, depois de revelada, denunciou a presença de um ser
estranho à assistência.
Convém
frisar que a chapa foi revelada poucos momentos depois da explosão
do magnésio, tendo sido o maestro Bosio auxiliado nesse trabalho
por um fotógrafo do “atelier” Girard.
Impressa a
fotografia, com geral surpresa para todos e indizível comoção
do Sr. Eurípedes Prado, declarou este que o vulto fotografado reproduzia
as feições do Sr. Joaquim Prado, pai daquele cavalheiro,
há anos falecido. (Gravura 10)
Gravura 10
|
Na fotografia
que reproduzimos e que é cópia fiel do clichê do maestro
Bosio, vê-se colado à parede branca e junto à senhora
do Sr. Eurípedes, a qual é a médium, uma figura humana,
envolvida numa túnica preta, divisando-se-lhe apenas o rosto.
O fato, que
encerra uma prova positiva da comunicação dos habitantes
do Além, impressionou profundamente tanto quantos a ele assistiram,
os quais não regatearam as suas felicitações ao maestro
Bosio, pelo explêndido êxito da sua interessante experiência,
que pela primeira vez se realiza em Belém.”
Do “O Estado do Pará”, de 20 de Maio de 1920:
O ESPIRITISMO EM BELÉM
Uma fotografia transcedental
Os fenômenos
ditos espíritas há uns cinquenta e tantos anos que entraram
de se produzir simultaneamente, pode-se dizer, em todos os pontos do Globo.
Daí
os seus prosélitos os tomarem como uma terceira revelação.
Nos Estados
Unidos, chamaram a atenção de homens de reconhecida idoneidade
moral e responsabilidade científica, como, entre outros, o célebre
juiz Edmonds.
Surgiram na
Europa e na América nomes de responsabilidade como Willian Crookes,
Alexandre Aksakof, Lombroso e tantos outros não menos ilustres,
que se entregaram ao estudo desses fenômenos, obedecendo a rigoroso
método de experimentação científica.
São
célebres as sessões da Sra. Esperance, nas quais, entre numerosos
Espíritos, materializava-se o de Iolanda, que operava também
a materialização de vagetais, às vistas surpresas
de alguns dos mais conceituados cientistas da culta Europa, entre os quais
figura o grande Alexandre Aksakof, que a isso se reporta no seu monumental
trabalho – “Animismo e Espiritismo”, vasta polêmica em que, sustentando
a tese dos espíritas, refuta, com minúcia extrema e grande
poder de lógica, as teorias do sábio alemão Hartmann,
sobre o assunto.
Aksakof estuda
teoricamente o Espiritismo, durante 15 anos, e, praticamente, durante 20,
para produzir, após, a obra a que nos referimos.
Não
sã menos célebres as sessões procedidas, durante três
anos consecutivos, pelo grande cientista inglês Sir Willian Crookes,
que, com o auxílio da médium Florence Cook, estudou o fenômeno
de materialização do Espírito Kate King, uma senhorita
indiana que, materializada, conseguiu conviver com a família do
ilustre sábio britânico pelo espaço de várias
semanas, materializando-se e desmaterializando-se consecutivamente.
De tal forma
interessaram tais fenômenos os centros científicos, que hoje,
pode-se dizer: a literatura sobre o Espiritismo, na sua maioria firmada
por nomes de grande fama mundial, é uma das mais vastas, e são
inúmeras as sociedades e centros de estudos científicos que
se entregam à acurada observação dos fatos.
Na França,
na Inglaterra, na Alemanha, Áustria, Itália, Rússia
e América do Norte fundaram-se também as sociedades de estudos
psíquicos, compostas dos nomes mais notáveis nos domínios
da ciência experimental, para o estudo desses fatos.
Nesta Capital,
o conhecido comerciante Eurípedes Prado iniciou estudos dessa natureza,
na casa de sua residência, acompanhado de pessoas idôneas.
Uma vez conseguidas
as primeiras manifestações positivas, S. Sª. convidou
várias personalidades em destaque, nessa cidade, para assistirem
aos seus trabalhos e as quais são unânimes em confirmar a
realidade dos fatos observados.
Nessas sessões,
segundo sabemos, já foram observados fenômenos de nítida
materialização, com emissão de voz, transporte, entre
outros menos importantes, o que demonstra o alto grau de transcendentalidade
a que já chegaram aqueles fenômenos.
A fotografia
que damos estampa é uma nítida chapa, em que aparecem, à
luz do magnésio, a médium em transe e um fantasma de um homem,
que nos informam ser a reprodução fiel do falecido genitor
do Sr. Eurípedes Prado (Gravura 10). (...)
O texto a seguir transcrito,
extraído da pégina 150, refere-se à gravura 11 e à
gravura 12. Nelas, podemos observar a impressão digital da médium
e a impressão digital do "Espírito". Porém, a experiência
verificou que a impressão digital da médium é idêntica
à do "Espírito". Isso mostra a possibilidade da ocorrência
do fenômeno anímico em uma reunião Espírita
- conforme estudado por Ernesto Bozzano em seu livro "Animismo e Espiritismo".
(...) Fomos
dos que, repetimos, abraçámos com entusiasmo a idéia
das impressões datiloscópicas, lembrada pelo nosso ilustre
amigo, Dr. Renato Chaves. Elas viriam, sobretudo de modo indiscutível
e inequívoco, provar a existência do fenômeno anímico
ou do fenômeno espírita. Seria o meio, senão de distingui-lo,
ao menos de provar que são distintos, porque um não elimina
o outro. Por diversas e frequentes vezes trocámos idéias
sobre o assunto com o operoso diretor do nosso Gabinete de Identificação,
dando-lhe conta com a maior franqueza e lealdade das experiências
íntimas que o Sr. Eurípedes Prado se dispusera a realizar,
o que é um testemunho de boa fé e confiança.(...)
Gravura 11
Trechos da ficha da Sra. Prado, retirada
diretamente
|
Gravura 12
Trechos da impressão dos dedos
do Fantasma
|
TRABALHOS EM PARAFINA
Gravura 13
TRABALHOS EM PARAFINA OBTIDOS EM
DIVERSAS SESSÕES
Rogamos a atenção dos que
nos lêem, especialmente para as mãos: a 1ª, da esquerda
para direita, apresenta os dedos fechados; a 2ª, que é de uma
perfeição admirável, tem a cintura do punho bem acentuada;
a 3ª, como que segura alguma coisa entre o polegar e o indicador.
Com efeito, este modelo último, que foi obtido em uma das sessões
de Abril, tinha entre os dedos uma flor. Vê-se que seria, em qualquer
um dos casos, impossível retirar a mão sem quebrar a parafina,
se essa mão fôsse de um ser humano. (Gravura 13) |
Gravura 14
Um dos mais perfeitos trabalhos de
Anita, a florista de além-túmulo. (Gravura 14)
|
Gravura 15
Formosíssimas flores oferecidas
pelo espírito de Anita à Sra. Ettore Bosio (Gravura 15)
|
Gravura 16
Uma das formosas cataléias feitas
por Anita na sessão comemorativa do aparecimento de João,
perante a numerosa assistência que se vê na gravura 7 (Gravura
16) |
Gravura 17
Outra lindíssima cataléia
feita por Anita na sessão de 24 de junho de 1920 (Gravura 17) |
Gravura 18
Luvas e flores obtidas em uma das sessões
realizadas em casa do Sr. João Alfredo de Mendonça e expostas,
a pedido do Espírito, num dos estabelecimentos da Rua Conselheiro
João Alfredo, uma das mais concorridas de Belém. (Gravura
18) |
Gravura 19
O MODELO EM GESSO
Depois de exposto durante alguns dias
ao público, este modelo, que, como os demais, era oco, recebeu gesso
a fim de reproduzir a conformação interior. Essa operação
foi feita no mesmo estabelecimento “A Brasileira”, sendo operador o Dr.
Nilo Pena e outras pessoas que ali se achavam casualmente. (Gravura 19) |
Gravura 20
MODELO EM GESSO
É um dos mais perfeitos modelos
obtidos. Distingue-se perfeitamente bem toda a trama da epiderme. Cremos
que foi esse trabalho em parafina, que impressionando vivamente o Dr. Nilo
Pena, o levou a assistir a algumas sessões da Sra. Prado, das quais,
segundo nos afirmou, guarda a mais funda impressão. (Gravura 20) |
Gravura 21
De quando em quando, sempre apontada
pelos inimigos do Espiritismo, surgiu a idéia da fraude como a única
capaz para explicar os fenômenos. Tendo o “João” fabricado,
em parafina, o modelo de um pé, em sessão a que assistiram,
entre outras pessoas, os Srs. Gentil Norberto, chefe da Comissão
de Saneamento do Oiapoc; Dr. Pontes de Carvalho, médico; Amazonas
de Figueiredo, lente da Faculdade de Direito; Desembargador Anselmo Santiago
e outros, o maestro Bosio e o Sr. Eurípedes Prado resolveram oferecer
a importância de 5:000$000 (atualmente, cinco mil cruzeiros), a quem
fizesse um outro modelo em idênticas condições às
em que o Espírito fizera aquela. Escusado será dizer que
pessoa alguma apareceu. O molde supra é a reprodução
em gesso. (Gravura 21) |
Gravura 22
MODELO EM GESSO
|
Gravura 23
|
Gravura 24
|
MODELO EM GESSO
Experiência feita pelo maestro
Bosio. S. Sª. pôs anel de ouro, amarrado ao qual um pedacinho
de papel por ele rubricado, entre os baldes empregados nos trabalhos de
parafina e já anteriormente descritos. A experiência foi coroada
de pleno êxito. A luva obtida apresentava no dedo anular a jóia
em questão, conservando perfeitamente o papel. Posto o gesso e desfeita
a luva de parafina, o novo modelo conservou-a tal qual aparece na fotografia.
Pretendia-se repetir esta experiência, feita em 31 de Janeiro de
1921, em presença do Exmo. Sr. Dr. Lauro Sodré. Entretanto,
tendo S. Ex. embarcado a 3 de Fevereiro pela manhã, não foi
possível fazê-la por absoluta carência de tempo do benemérito
ex-governador do Pará. (Gravuras 23 e 24)
Gravura 25
Modelo fabricado pelo Espírito
de “João”, na noite de 31 de Março de 1921, e ao lado o positivo
em gesso. (Gravura 25) |
Gravura 26
O MESMO MODELO VISTO PELO DORSO
Seria possível retirar a mão
que produziu semelhante modelo, inteiriço como todos os demais,
estando assim inteiramente fechada, sem quebrá-lo? Repare ainda
o leitor na estreitura do punho em relação ao corpo da mão.
(Gravura 26) |
|
O texto a seguir foi extraído
da página 198. Trata-se de escrita direta do Espírito "Guilherme",
irmão do maestro Bosio. Sua cópia em fac-símile consta
na Gravura 27.
Gravura 27
(...) COMUNICAÇÃO
“A paz seja
entre vós.
A dor é
uma benção que Deus envia aos seus escolhidos. Não
vos aflijais quando sofrerdes, pois se vos designou a dor nesse mundo para
obterem a glória do Céu.
Sede pacientes,
pois a paciência é também uma forma de caridade ensinada
por Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos
pobres é a mais fácil das caridades; porém a mais
penosa e, por consequência, a mais meritória, é a que
consiste em perdoar àqueles que Deus colocou entre o vosso caminho
para serem instrumentos do vosso sofrimento e vos porem em prova a paciência.
Eu vos abençoo.
Dou este conselho porque vejo a união entre vós; continuem
a ser unidos. É o que desejo.”
Esta comunicação
é uma cópia (33), com poucas modificações,
de outra dada por “Um Espírito amigo”, no Havre, em 1862, e publicada
n’ “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, sob o título
“A Paciência”.
(33) Este fato faz lembrar o fenômeno idêntico
observado por Stainton Moses, e por ele narrado no seu precioso livro
Ensinos Espiritualistas.(...)
O texto a seguir foi extraído
da pág. 207
FOTOGRAFIA LUMINOSA
(...)
Desde a época do 2º aniversário da aparição
do “João” materializado, diz-nos o maestro Bosio, que ele prometera,
pela tiptologia, uma fotografia luminosa. Ainda a família Prado
residia na rua dos Tamoios, quando foi feita a primeira tentativa, de efeito
negativo.
Colocada a
máquina no corredor da casa, focada em um dos pontos indicados pelo
Espírito e deixada a objetiva aberta toda a noite, apenas se conseguiu
na chapa algumas manchas fluídicas branco-neve.
Perguntado
ao “João” a razão do insucesso, disse-nos, por meio de uma
mesinha mediúnica, que pretendera fazer posar um Espírito
de velha, mas que não o lograra, visto esta não somente não
querer fotografar-se, mas também não ficar diante da objetiva
o tempo necessário para impressionar a chapa.
No mês
de Julho, não recordo o dia, a família Prado e a minha foram
convidados para passar o dia com a do Sr. João da Rocha Fernandes,
dedicado amigo nosso, voltando de lá, perto da meia-noite.
Já
no dia anterior a este o “João” nos prometera outra tentativa na
nova residência do Sr. Prado, Travessa São Mateus, 142. Recebidas
as instruções precisas, cumprimo-las escrupulosamente.
A máquina,
àquela hora mesma, foi focada para o centro da pequena sala do 1º
andar, ao lado de outro aposento, com a porta de comunicação,
ficando esta aberta, e no qual a Sra. Prado e seu esposo dormiam. Abri
o chassis e tapei cuidadosamente a objetiva, perguntando ao “João”
se ele podia tirá-la, o tempo preciso para fazer a exposição,
e recolocá-la. Respondeu-nos afirmativamente.
Fechou-se
a porta que dava para o corredor, retirando-me em seguida. De manhã
cedo, às 6 horas e meia, fui saber do resultado. A máquina
estava aí com a objetiva tapada da mesma forma como a tinha deixado.
Teria o “João”
aberto a máquina e impressionado a chapa? Como sabê-lo? Perguntamos-lhe
então, pela tiptologia, e ele nos respondeu o seguinte: -Quero saber
vossa opinião sobre o meu primeiro trabalho fotográfico!
Seria possível?
Mau grado as coisas espantosas a que já assistíramos, ansiávamos
pela prova desta experiência.
Corri a revelar
a foto no atelier do Girard.
Não
poderei descrever a minha emoção ao descobrir, ainda
no banho revelador, que a chapa fora impressionada! É a mais bela
fotografia que obtivemos (Gravura 28) (...)
O texto a seguir foi extraído
da pág. 208
FOTOGRAFIAS ESQUISITAS
(...) Assim o caso das
três fotografias que se seguem, todas esquisitas, prestando-se admiravelmente
à maledicência e crítica parcial, ávida de ensejos
para o ataque injusto.
Na primeira
fotografia aparece fora da grade, onde está a médium, uma
perfeita cabeça de boneca sobreposta a roupagens brancas, a cujas
pontas, do lado direito, está como que amarrado no mastro que, lacrado,
fechava a grade. De onde veio essa cabeça de boneca? Um transporte?
Não é inteiramente inadmissível a idéia. Perguntado,
o Espírito disse, apenas: imagem do Manoel Barbosa Rodrigues – um
dos mais assíduos frequentadores das reuniões de materialização,
que não fora, aliás, nessa noite. “Ele se lembrará”,
acrescentou o Espírito. (Gravura 29).
Gravura 28
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Gravura 29
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Interrogado
por nós, Barbosa Rodrigues, por mais esforços que fizesse,
não conseguiu reconhecer a cabeça, fato que até hoje
o intriga.
Vê-se
também, nessa fotografia, como que saindo das mãos ou da
boca da médium, uma faixa branca que, atravessando da grade maior
para a outra menor, onde se achavam os baldes, cai sobre estes. Dentro
desta última grade, muito pregada, se encontravam os baldes em que
o Espírito mergulhava a mão para fazer moldes em parafina.
Nota-se, numa das extremidades da faixa branca fluídica, como que
um molde de mão.
***
Esquisita é
a fotografia de nº 30. Vê-se entre a Sra. Leopoldina Fernandes
e a Sra. Antonina, que é médium psicógrafa, um vulto
com o rosto coberto. Em inúmeras fotografias publicadas em obras
congêneres temos observado casos idênticos. Consulte-se, por
exemplo, os recentes trabalhos de Madame Lacombe e de Madame Bisson.
Não sabemos
a que atribuir esse fato de os Espíritos ocultarem a fisionomia
– a não ser que, nem sempre permitindo o ambiente de materialização
tão perfeita que faculte a recomposição dos traços
fisionômicos em seus mínimos detalhes, eles prefiram apresentá-los
vendados.
Repare-se, por exemplo,
nestas fotografias obtidas de Madame Lacombe (Gravuras 30-A e 31) (...)
Gravura 30
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Gravura 30-A
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Gravura 31
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Gravura 32
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O texto a seguir foi extraído
da pág. 211
(...) Muito esquisita
é ainda a terceira fotografia. Vê-se um fantasma de pés
e mãos de adulto como que segurando uma criança, cuja cabeça
encantadora e de uma beleza celestial surge à altura em que devia
estar aquele. (Gravura 32) (...)
O texto a seguir foi extraído
da pág. 212
(...) Ainda merece
uma referência a fotografia do Espírito de “João”,
reproduzida na gravura nº 41. Está envolto numa espécie
de lençol visivelmente amarrotado e calçando sapatos de lona
branca. Seria ainda um caso de transporte e cuja recomposição
de tais peças de uso fôsse tão somente de sorte a impressionar
a chapa e não a retina do experimentador? Eram 9 horas da manhã.
Além da médium, nada era visto diante
daquela objetiva. Revelada a chapa, acusou a roupagem e os sapatos. Não
é desnorteador? (...)
Gravura 33
Primeira experiência, após
a memorável sessão de 20 de Agosto de 1920. Vê-se,
colocada sobre o braço do Sr. Manoel Tavares, sentado, em primeiro
lugar, à esquerda, uma pequena mão branca, envolta em panos. |
Gravura 34
Segunda experiência. No soalho,
tocando os pés do Sr. Manoel Tavares, está a mão aparecida
na experiência anterior. O Sr. Tavares acusou a pressão dos
dedos do Espírito, apertando-lhe os pés. |
(...) INÍCIO DA FOTOGRAFIA ESPÍRITA
EM PLENO DIA
Narra-me assim o
Maestro Bosio a descoberta da fotografia diurna dos Espíritos, sem
auxílio do magnésio:
“O meu amigo Prado se achava ausente; tinha ido
a Santa Isabel, localidade distante 2 horas da capital.
Falando-me a Sra. Prado sobre sua extrema sensibilidade
mediúnica, dizia-me que, quando longe de seres queridos, como sua
mãe, filhos, esposo, etc., sentia profunda tristeza e uma impressão
estranha, uma espécie de abandono e enfraquecimento geral,
provocando isto um estado que não sabia bem definir. Nestas ocasiões,
acrescentou, vejo o meu próprio duplo.
- Eureca! disse
eu, temos fotografia em pleno dia!
- Como?
- Permita-me, senhora,
que eu coloque, focada, a máquina na direção da cadeira
em que se acha presentemente sentada, a qual será conservada sempre
no mesmo lugar conjuntamente com o aparelho fotográfico. Qualquer
momento em que a senhora se sentir cair em transe, procure sentar-se nela
e confie em Deus. Nada lhe sucederá de maior.
Ficou assim combinado.
Instruí a Sra. Antonina (filha da médium), pedindo-lhe que,
dado o momento preciso, abrisse a tampa da objetiva, contando 5 tempos
regulares.
O momento não
se fez esperar, impressionando uma chapa, a qual, revelada incontinenti,
acusou a fotografia fluidicamente a médium, de tamanho muito maior
do que o natural, ficando apenas na cadeira poucos fluidos e vendo-se,
sempre nesta, a forma tenuíssima da parte inferior do corpo da Sra.
Prado! Maravilhoso! Assombroso mesmo! (Gravura 35) (...)
Gravura 35
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Gravura 36
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O texto a seguir foi extraído
da pág. 213
(...) Renovámos
a experiência poucos dias depois. Estavam presentes nessa ocasião
o Dr. João Correa (irmão da médium) e também
as Srtas. Alice e Antonina (suas filhas), além do seu amigo
Bosio, na qualidade de fotógrafo-amador. Eis o magnífico
resultado: (Gravura 36) (...)
(...) O Sr. Prado
resolveu outra viagem e desta vez por maior tempo, indo com seu filho Erato
até ao Rio. Permitiu-me, por extrema gentiliza, e dados os laços
de recíproca extima entre nossas famílias, que observasse
todos os fenômenos espíritas produzidos por efeito de mediunidade
de sua esposa, menos o da materialização.
Foi quando pude
obter a bela série de chapas que se acham no “O Trabalho dos Mortos”
(Gravuras 37 a 44) (...)
Gravura 37
Terceira fotografia obtida de dia, às
8:30h. da manhã de 16 de Janeiro de 1921. Os fluidos brancos formam
uma figura diáfinaà esquerda da médium, cujo corpo,
desmaterializado em grande parte, é quase todo transparente. Vê-se
através dele o encosto e a armação da cadeira, a palhinha
do assento, sendo apenas opacos o braçodireito e uma pequena parte
da mão. |
Gravura 38
Fotografia tirada no dia 18 de Janeiro
de 1921, às 10 horas da manhã. O maestro Bosio considera
o resultado incompleto e incerto por não ficar provado, positivamente,
se as manchas que apareceram na vidraça da porta ao fundo foram
efeitos de algum fenômeno ou por outra qualquer causa. Mas perguntamos,
que causa seria essa? Elas lá não estavam e, entretanto,
impressionaram a chapa. Donde vieram? |
Gravura 39
Experiência. Fotografia obtida
às 9 horas da manhã de 19 de Janeiro. Fantasma diáfano,
de estatura muito maior que a médium. Veja-se, como que se derramando
do corpo da médium, a onda fluídica formadora do fantasma. |
Gravura 40
Fenômeno luminoso, refletindo-se
no soalho. Fotografia diurna. Com uma boa lente, parece-nos que distinguimos
vários semblantes, embora indistintamente. Atente bem o leitor para
o alto da claridade da parede e à direita da mesma claridade. |
Gravura 41
Fotografia obtida no dia 30 de Janeiro,
às 9 horas da manhã. Reconhece-se francamente a fisionomia
do Espírito “João”, confrontando-se já com o seu próprio
retrato reproduzido na página 39, gravura 3, já com a do
fantasma (pág 41, gravura 4) |
Gravura 42
Fotografia de um grupo de Espíritos
obtida no dia 10 de Fevereiro de 1921, às 8:30h. da manhã.
Além dos fantasmas perfeitamente visíveis, no primeiro plano,
o leitor atento, com auxílio de uma lente, distinguirá, no
alto, vários semblantes também perfeitamente visíveis. |
Gravura 43
Fotografia obtida no dia 23 de Março,
às 9 horas da manhã. Para conseguir fotografar esse Espírito
foi uma luta insana, que o maestro Bosio relata minuciosamente no seu livro
tantas vezes citado. O Espírito de “João” disse-o perseguidor
de um dos nossos estimados confrades. |
Gravura 44
Fotografia obtida às 3 horas da
tarde do dia 25 de Março de 1921, pelo maestro Bosio. Vê-se
distintamente o corpo do fantasma, todo transparente. Dava nas sessões
o nome de Evangelista. Além do seu vulto, há sombras luminosas
em diversos pontos da chapa. |
O texto a seguir foi extraído
da pág. 280
(...) "OS SENSACIONAIS
FENÔMENOS ESPÍRITAS
Duas horas e 40 minutos materializada! - Pais
que revêem a filha falecida - Muitos Espíritos
materializados na mesma sessão - O que nos
disse o Sr. Fred Figner
Em uma das
vezes em que veio a público, pela imprensa, o Sr. Fred Fígner,
chefe da Casa Édison, do Rio de Janeiro, afirmou ter visto sua filha
(Gravura
45), falecida há muitos meses, completamente materializada,
por virtude da mediunidade da Sra. Eurípedes Prado, nesta Capital.
Gravura 45
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Depois desta
declaração, e, alías, antes dela, começaram
a circular na cidade diversas narrativas dos sensacionais acontecimentos.
Resolvemo-nos, pois, obter do Sr. Fred Fígner, hospedado no Grande
Hotel, uma entrevista, na qual pudéssemos informar aos nossos leitores,
com absoluta segurança, o que de verdade havia naquelas narrativas.
Dirigimo-nos,
assim, àquele hotel, onde fomos recebido cavalheirosamente pelo
Sr. Fígner.
Formulado
nosso desejo, S. Sé. falou:
- Deseja o
senhor que lhe relate os fenômenos por mim presenciados e produzidos
com a privilegiada mediunidade da Sra. Eurípedes Prado? Pois não,
Sr. Redator, com muito prazer. Vou dar-lhe alguns pormenores que presenciámos,
eu e minha família, em três sessões riquíssimas
de fenômenos.
Comeárei
por lhe dizer que aqui vim, não por curiosidade minha, visto que
sabia ser a materialização um fato comprovadopor Crookes,
em primeiro lugar, em Lodres, desde o ano de 1871, quando começou,
então, a hoje célebre materialização de Katie
King, servindo de médium a Sra. Florence Cook, e, seguidamente,
experiências idênticas relatadas por tantas outras sumidades
científicas.
Vim com o
fito único de minorar a tristeza e a dor que acabrunhavam minha
esposa, por haver desencarnado uma filha nossa muito amada.
Aqui chegando,
tive a desilusão de não encontrar a família Prado.
Recebido pelos meus confrades, prontificaram-se eles a telegrafar ao Sr.
Prado, participando-lhe minha chegada com a família, e pediram,
se fôsse possível, viesse até aqui. A despeito de adoentada
sua esposa, resolveu ele aceder ao apelo, aqui chegando no "Pais de Carvalho",
no dia 28 de Abril depoisde uma penosa viagemn de 7 dias.
No dia 1º
de Maio, fêz-se uma sessão preliminar, a que estiveram presentes,
além da família Prado, a família Manoel Tavares, a
família Bosio e o Dr. Mata Bacelar.
Materializaram-se
João e um Espírito denomindao Evangelista. Havia bastante
luz e distinguiam-se os Espíritos perfeitamente, como se fôssem
homens com vestes brancas que andassem de um lado para o outro. Demorou-se
João bastante tempo conosco, de forma que bem o pudemos ver e sentir.
Minha esposa, dirigindo-se a João, contou-lhe seu sofrimento, o
que atento ele ouvia. Recebeu de minha senhora umas flores que ela levara,
as quais João passou para a mão esquerda. Em seguida João
estendeu a mão direita à minha senhora, fazendo ela o mesmo;
João passou sua mão sobre a dela, fazendo-lhe sentir que
estava perfeitamente materializado.
Por fim, João,
sacudindo um lenço em sinal de despedida, entrou na câmara,
começou a desmaterializar-se às nossas vistas, como o fizera
quando se materializou. Daí a pouco, ouvimos umas pequenas pancadas
que ele dava no rosto da médium para a despertar.
Esta primeira
sessão me deixou completamente frio, visto que eu vira tão
somente aquilo que esperava.
Tudo aquilo
era coisa muito natural para mim, quanto `sua realidade.
Minha esposa,
porém,apesar de também conhecer, de leitura, os fenômenos,
ficou muito satisfeita, começando a nutrir esperanças de
ver nossa filha, moça de 21 anos, desencarnada em 30 de Março
de 1920.
A segunda
sessão, realizada a 2 de Maio, foi, realmente, muito mais importante.
Havia nessa
ocasião pessoas que não conheciam os fenômenos, bem
como a Doutrina Espírita, entre elas o Dr. Remígio Fernendez,
o Sr. Barbosa e a Sra. Pernanbuco.
Materializaram-se
muitos Espíritos de diversas estaturas, entre eles a nossa cara
filha Racuel.
Mas, devido
talvez ao excessivo número de materializações, que
absorveram muitos fluidos, e entre os Espíritos materializados um
de nome Diana que, creio, se apresentou com um brilhante de diadema na
cabeça, a materialização da nossa Rachel não
era tão perfeita quanto esperávamos; no entanto,era bastante
para ser reconhecida por todos nós. Nessa sessão, ela perguntou,
à sua mãe, "porque aquele vestuário preto, visto que
ela se sentia muito feliz".
No dia 4 de
Maio fizemos outra sessão, e nesta a materialização
de nossa filha foi a mais perfeita possível. Rachel apresentou-se
com tanta perfeição, com tanta graça e tão
ela mesma, com os mesmos gestos e modos, que não pudemos conter
nossa emoção e todos, chorando, de joelhos, rendemos graças
a Deus, por tamanha esmola.
Era Rachel
viva, pronta para ir a uma festa. A sua cabeça erguida, os seus
braços redondos, o seu sorriso habitual, as suas bonitas mãos
e até a posição destas, toda sua exatamente como era
na Terra. Falou à mãe, pedindo-lhe exatamente que na próxima
sessão viesse toda de branco como desejava e aí estava materializada.
Rachel tocou
todos nós com a sua mão; sentimos todos o seu calor natural
e, à observação de minha esposa: “Rachelzinha, tu
tinhas os cabelos tão bonitos, mostra-nos os teus cabelos”, ela
entrou no gabinete e, voltando instantes depois, virou-se duas vezes, mostrando-nos
seus cabelos compridos e ondulados. Aceitando as flores que lhe oferecemos,
fêz sua mãe sentar-se em uma cadeira junto ao gabinete e de
costas para este. Abraçou-a
e beijou-a muito carinhosamente, depois lhe colocou uma rosa na blusa branca,
que minha esposa vestira para ser agradável à filha, que
na véspera não gostara de vê-la de preto. Na ocasião
em que lhe colocou a rosa, falou-lhe de seus próprios lábios,
dizendo-lhe: “Não quero que ande de preto, ouviu? Quero que venha
toda de branco, assim como eu estou.”
Toda essa
frase minha filha a pronunciou tão clara e distintamente que todos,
além de minha esposa, a ouvimos.
Depois, sentando-me
eu na mesma cadeira por ordem sua, acariciou-me como fizera à sua
mãe, colocou uma angélica na lapela de meu paletó,
apoiando-se com todo o peso de seu corpo sobre os meus ombros. Por fim,
sacudindo um lenço em sinal de despedida, entrou no gabinete e desapareceu.
Puxei o relógio,
Rachel tinha estado aí 40 minutos.
Depois saiu
o João e cantou, muito satisfeito com a materialização
de sua discípula.
A 6 de Maio
fizemos a última sessão.
O resultado
foi o mesmo da anterior, com acréscimo de Rachel fazer diante de
nós uma luva em parafina, de sua mão esquerda, consultando
muitas vezes João, que se achava no gabinete, porém à
nossa vista, durante todo o tempo em que ela trabalhava com a parafina.
Logo ao se materializar, Rachel, saltando e batendo palmas, demonstrou
sua satisfação por ver sua mãe toda de branco; e,
ao despedir-se, pediu-lhe que levasse sua irmã Leontina às
festas e ao Teatro, como fazia com ela. Rachel esteve conosco, nessa ocasião,
durante duas horas.
Por fim, pedi
a Rachel que me permitisse beijar-lhe a mão. O mesmo pedido foi
feito por minha esposa e mais duas filhas aí presentes, além
de umas 10 pessoas. Ela deu a mão a beijar à sua mãe
e à menor das suas irmãs; e, aproximado-se de mim, num gesto
rápido, todo seu, pegou minha mão com bastante força
e beijou-a. E, sacudindo um lenço em sinal de despedida, entrou
no gabinete. Não sentimos sua partida, pois estamos certos de que
não será esta a última vez que a veremos. Rachel vive!
Disto estava certo antes de aqui vir e continuo com a mesma certeza.
Tenho entretanto
de confessar que estas duas horas e 40 minutos foram para todos nós
o tempo mais feliz de nossa existência.
E permita-me
que, por seu intermédio, uma vez mais agradeça ao Sr. e Sra.
Prado o sacrifício que fizeram de vir aqui, e ao maestro Bosio e
senhora as gentilezas de que nos cumularam, assim como a todos os confrades
e amigos o acolhimento que nos fizeram. Agradeço também à
“Folha do Norte” pela cessão de suas colunas. Que Deus lhe pague!
Gravura 46
Escrita direta
do Espírito João, em reunião mediúnica a 6
de Maio de 1921, da qual comparecia o Sr. Fred. Fígner |
Gravura 47
Molde de parafina da mão de Rachel,
flor, também de parafina, feita pelo Espírito de Anita, e
lenços atados pelo Espírito de João. |
As fotos e textos acima podem ser
encontradas no documento PDF, conforme link abaixo:
Fotos
e textos sobre materialização de Espíritos e Objetos,
extraído do livro "O Trabalho dos Mortos"- Nogueira Faria - publicado
pela FEB (1.4 MB) |