Senhor!... Sei que nos deste
a todos
Um encargo ou missão.
Nada promoves sem objetivo,
Nada fazes em vão.
À estrela conferiste
A bênção de
agüentar-se e refulgir sem véu,
Tal qual sucede ao Sol que nos
conduz
Pelas vias do Céu.
Atribuíste à Terra
A função de compor
e recompor
A forma em que o trabalho nos confere
A ciência do amor.
Colocaste no mar a investidura imensa
De externar-te o poder
E à fonte o privilégio
de ensinar-nos
A humildade por norma e o perdão
por dever.
Comissionaste as árvores
amigas,
Em que a lição do
bem se exprime e se condensa,
Para a tarefa de guardar-te a vida
E auxiliar sem recompensa.
Doaste à flor o dom de perfumar
E puseste na estrada o dom de conduzir,
Deste música às aves,
deste ao vento
O doce ministério de servir.
Tudo te filtra a glória soberana,
Tudo te exalta a Lei,
Em razão disso, eu própria
reconheço
Que quase nada sou e quase nada
sei.
Mas se posso pedir-te alguma coisa,
Converte-me, Senhor, a própria
imperfeição
Num canal pequenino que te mostre
A força da bondade e a luz
da compaixão.
Maria Dolores
(extraído do livro Coração
e Vida - psicografado por Francisco Cândido Xavier)
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